23 de janeiro de 2011

Exploradores de animais fazem até promoções para lucrar com vidas

Por Lobo Pasolini (da Redação)



Dentro do veganismo existe uma corrente de pensamento que acredita que enquanto houver capitalismo o veganismo será impossível. Embora talvez isso não seja exatamente um fato, existe uma certa verdade nessa teoria porque o princípio do capitalismo e da industrialização (a qual o comunismo também promovia) é a exploração, de animais (humanos ou não) e da natureza em geral.
A chamada indústria de criação de animais domésticos, focada principalmente em cães, gatos e aves, epitoma a dinâmica dessa exploração. Os animais são tratados como produtos, expostos em vitrines e quando não escoam, são ‘despachados’ para um destino trágico. Outro dia um conhecido que havia comprado um cachorro (eu expliquei para ele nunca mais fazer isso) ficou chocado quando ligou para o criador simplesmente para relatar que o cão tinha um problema de saúde congênito. O criador imediatamente se ofereceu para matar o cachorro e lhe dar outro. Eu disse que é esse o modus operandi dessas pessoas.
Há pouco tempo escrevemos sobre uma empresa em Fortaleza que organiza um consórcio de cães de raça para ‘facilitar’ a compra de animais para aqueles que talvez não tenham dinheiro para um ‘investimento’ a vista.
E agora chegou aos nossos ouvidos que hoje em Campo Grande está sendo realizada uma feira de animais que estarão a venda com 30% de desconto. Os animais são do Canil Campo Grande e o evento acontece na Rede Econômica da Joaquim Murtinho.
Segundo a matéria, o diretor do canil, Mauro César Barbosa, disse que quem comprar um filhote terá “vantagens além do desconto. Cada cãozinho levado terá 21 dias após a compra com assistência veterinária gratuita. Qualquer problema é só ligar que um profissional irá à casa do dono”, ele disse.
Eventos como esse removem de vez o falso véu de respeitabilidade que esses ditos criadores tentam passar para um público conivente com essa indústria sórdida. O aspecto comercial é tão escancarado que não deixa dúvidas sobre o significado que os animais têm para esses mercadores de vidas. O momento desse evento é particularmente infeliz: com tantos cães perdidos nas montanhas cariocas, é extremamente insensível promover a venda de mais animais no mundo com tantos precisando ser adotados.
Que ama, adota. Sempre.
Por Janaína Camoleze

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